domingo, 17 de febrero de 2013

A vida na viagem


Nos últimos dias que passei, dei conta de uma coisa que já tinha esquecido sobre a minha vida: estar de viagem. Sem dúvida alguma, as coisas têm mudado muito depois do meu sedentarismo na Cidade do México. Fiquei tão encravado neste ponto que esqueci completamente a minha identidade que, junto da Elisa na Roma daqueles anos passados, decobrimos: essere cittadini del mondo.

Ao longo dos dias que passam, estou a descobrir que eu faço parte de um grupo de pessoas com a sorte de ter visto para além dos próprios muros impostos pela história e pelos govenos, ter visto mundos novos ou velhos, ter encontrado pessoas que marcaram a minha vida para bem ou para mal, mas que foram, sem sequer querer, os meus mestres de vida.

Lembro-me daquelas conversas com a Elisa, a menina francesa que partilhava as aulas de filosofia comigo na universidade. Lembro como se fosse hoje aqueles dias onde o sol brilhava com toda a sua força na Roma elegante e suja, onde o céu era mais azul e onde a Albania, o Brasil, o Japão e o Mexico estavam ao virar da estrada, onde o mundo era pequeno para mim e onde queria comê-lo tudo sem deixar nada.

Eram mesmo dias de conquista, onde os meus sonhos pareciam tão grandes e a minha alma tão pequena para as distâncias que queria atingir.

A vida muda, as histórias se traçam noutros rumos; as escolhas de vida levam-te por estradas novas e caminhos que ainda não foram feitos.

Agora percebo porque muitas vezes tive de mudar de caminhos, de cidade e de pessoas à minha volta, porque precisamente a minha vida é uma viagem, com um único destino, mas que ainda não consigo descobrir, se calhar esse é o objectivo: simplesmente caminhar, viver e deixar que tudo apareça sem eu o esperar. De facto, as pessoas que amei têm aparecido assim, sem eu querer amá-las e simplesmente deixando-me levar pelo coração. E do mesmo modo desaparecem, deixando mágoas profundas que nada pode apagar.

Hoje quero deixar em claro a minha opção: quero continuar o caminho que até agora fiz, e deixar que quem quiser fazer o caminho ao meu lado, o faça.

Diz uma música italiana que è più bello insieme il mondo... e é verdade, a vida é mais bonita quando a partilhas com alguém que tu amas e te ama.

Vamos então continuar a nossa viagem Elisa, onde quer que seja hoje o teu lar, continumos sendo os cittadini del mondo que um dia sonhamos sermos juntos.

Só que agora caminhamos sozinhos as ruas do mundo.


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